Ponta Porã simboliza uma fronteira que se desenvolve pela integração

Eduardo Campos: “o que fazemos em Ponta Porã ultrapassa fronteiras e inspira outras cidades” – Foto: Wilhan Filgueira

Prefeito Eduardo Campos destaca maturidade política ao criar uma frente de desenvolvimento capaz de se fazer ouvir, influenciar decisões e atrair investimentos

O prefeito Eduardo Campos participou da abertura da audiência pública do Parlamento do Mercosul (Parlasul) na manhã desta terça-feira, dia 28 de outubro, no Centro Internacional de Convenções Miguel Gomez. Ele agradeceu a presença dos parlamentares brasileiros e paraguaios que integram o Parlasul, além de prefeitas e prefeitos da região, presidentes de câmaras municipais, vereadores, representantes de universidades, das instituições públicas, da sociedade civil e de “todos que acreditam que a fronteira que queremos, sonhamos e precisamos será construída por todos nós em um esforço coletivo permanente”, disse.

Ao lado do senador Nelsinho Trad, presidente da Comissão Temporária de Integração Fronteiriça do Parlamento do Mercosul, Eduardo Campos disse que se sentia honrado em receber a audiência. “Para nós, esta não é apenas uma reunião de trabalho, é o reconhecimento do papel que as cidades de fronteira desempenham na integração latino-americana, como territórios de convivência, solidariedade e esperança. O Parlasul cumpre um papel essencial nesse processo. Ele é o espaço político da integração latino-americana, onde as vozes dos países e das cidades se encontram para transformar realidades locais em pautas regionais. É aqui que as ideias se convertem em recomendações e as recomendações se transformam em políticas capazes de promover a integração econômica, social e cultural entre os nossos povos”, disse.

O prefeito seguiu com seu discurso dizendo que sediar a audiência do Parlasul demonstra reconhecimento de que Ponta Porã é uma cidade que vive diariamente a fronteira e que isso representa o próprio espírito do Mercosul que promove o diálogo, a convivência e a cooperação. “Segunda-feira vivemos um dia histórico em Ponta Porã. Prefeitos e prefeitas de várias cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul e do Paraná se reuniram no auditório da Prefeitura para discutir e firmar o compromisso de criação de um trabalho articulado e institucionalizado entre os municípios fronteiriços, um trabalho que nasce do diálogo, da cooperação e da ação concreta. Ao final daquela reunião, dois documentos foram assinados. O primeiro é a Declaração de Ponta Porã sobre Integração Fronteiriça, dirigida a este Parlamento como manifestação do nosso compromisso com uma fronteira cooperativa, segura e próspera, que une os esforços locais às políticas regionais. O segundo, o Protocolo de Intenções das Cidades Fronteiriças de Mato Grosso do Sul, que institui a criação de uma Rede de Municípios Fronteiriços e de um Grupo de Trabalho Regional. Essa rede será o instrumento que institucionalizará as ações articuladas entre os municípios, garantindo continuidade, planejamento e força coletiva na interlocução com o Governo Federal e com os organismos internacionais”, disse.

Segundo Eduardo Campos, esse grupo de trabalho será responsável por articular as demandas regionais das cidades fronteiriças, consolidar diagnósticos e encaminhar propostas aos órgãos competentes – ministérios, comissões e organismos internacionais –, provocando a formulação de políticas públicas específicas para a faixa de fronteira. Este é o primeiro passo de um processo que resultará mais adiante na construção do nosso Plano de Desenvolvimento Regional e Integrado, fruto de uma escuta coletiva e de um planejamento conjunto. A criação dessa rede é mais do que uma ação administrativa – é um gesto político de maturidade institucional. Significa que as cidades de fronteira estão deixando de atuar isoladamente para formar uma frente unida de desenvolvimento, capaz de se fazer ouvir, influenciar decisões e atrair investimentos.

Na sequência, Eduardo Campos ressaltou “que é exatamente isso que Ponta Porã simboliza. Uma cidade que ao longo dos anos vem traduzindo em ações concretas a visão de uma fronteira que se desenvolve pela integração: O trabalho articulado com o Parlamento Internacional Municipal – PARLIM – que reforça a integração entre Brasil e Paraguai e transforma a relação entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero em um exemplo de cooperação prática na busca por soluções compartilhadas para os desafios das cidades-irmãs. A parceria com a Receita Federal e o Governo Federal para a implantação do Porto Seco e a binacionalização do Aeroporto, são fundamentais para o escoamento da produção e a logística do comércio internacional. A implantação do Parque Tecnológico Internacional e do Centro de Cultura e Empreendedorismo (CEIMPP), com inauguração prevista para fevereiro de 2026, que formarão profissionais, desenvolverão negócios locais e respeitarão as vocações econômicas da fronteira. Vamos construir a Casa da Mulher Brasileira que acolherá as mulheres fronteiriças. Já estamos trabalhando de forma integrada com o Paraguai, por meio do Grupo Binacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, tendo por objetivo a criação da primeira rede transfronteiriça de proteção as mulheres em situação de violência”, ressaltou.

O prefeito disse que todos esses projetos – e muitos outros que estão em andamento – são exemplos de políticas públicas integradas com impacto social e desenvolvimento regional, mostrando “o que fazemos em Ponta Porã ultrapassa fronteiras e inspira outras cidades. A integração que o Mercosul propõe nos documentos, nós já vivemos aqui todos os dias. Nas escolas, nos hospitais, nas feiras, nas relações humanas e nas oportunidades que surgem quando aprendemos a construir juntos. E talvez essa seja a mensagem mais poderosa desta audiência: que a integração verdadeira não começa nos gabinetes, mas nas cidades. Começa onde as pessoas vivem, trabalham, estudam e acreditam que o desenvolvimento só é possível quando é compartilhado. O Parlamento do Mercosul tem a missão de transformar esse exemplo local em diretriz regional, dando visibilidade política às cidades que constroem a integração de baixo para cima. E é com esse espírito que recebemos o Parlasul em Ponta Porã: para reafirmar que as fronteiras não nos separam, nos conectam”, disse Campos.

Finalizando o seu discurso o prefeito desejou que a “audiência simbolize o início de uma nova etapa da integração regional – uma etapa guiada não apenas por acordos entre países, mas pela aliança concreta entre as cidades e pessoas, entre gestores que acreditam que o futuro se constrói com cooperação e coragem. Que Ponta Porã seja lembrada neste dia como o lugar onde a fronteira deixou de ser linha e se tornou ponto de encontro. Onde prefeitos e prefeitas decidiram que o desenvolvimento de um município só faz sentido se alcançar todos os outros. Porque é isso que nos move, a certeza de que a união não é um gesto, é um caminho e que esse caminho começa aqui. Quando as cidades se unem, o mapa deixa de separar e passa a revelar o que sempre esteve presente: um continente de oportunidades, construído por mãos que não conhecem fronteiras”, afirmou Eduardo Campos.

Edilson José, Assessoria de Comunicação