MALÁRIA

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Apresenta cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente.

A maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área endêmica para a doença. Nas demais regiões, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma letalidade mais elevada que na região endêmica.

O seu tratamento é simples, eficaz e gratuito. A Malária pode evoluir para forma grave e até para óbito!

Instrumentos para registro e análise

Ficha de notificação/investigação

O que é malária?

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles.

Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém, uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi observada. Caso não seja tratado adequadamente, o indivíduo pode ser fonte de infecção por meses ou anos, de acordo com a espécie parasitária.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-Amazônica, composta pelas demais unidades federativas e o Distrito Federal, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma alta letalidade que chega a ser 128 vezes (dado preliminar de 2019) maior que na região Amazônica.

A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito prego), infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em menor quantidade.

IMPORTANTE: A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, a doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Quais são os sintomas da malária?

Os sintomas mais comuns da malária são:

  • febre alta;
  • calafrios;
  • tremores;
  • sudorese;
  • dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

Quais são as complicações da malária?

A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:

  • prostração;
  • alteração da consciência;
  • dispnéia ou hiperventilação;
  • convulsões;
  • hipotensão arterial ou choque;
  • hemorragias;
  • Entre outros.

As gestantes, as crianças e as pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.

Como é feito o diagnóstico da malária?

O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, pelos métodos diagnósticos especificados a seguir:

  • Gota espessa

É o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. Quando executado adequadamente, é considerado padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia, e dos seus estágios de desenvolvimento encontrados no sangue periférico. A determinação da densidade parasitária, útil para a avaliação prognóstica, deve ser realizada em todo paciente com malária, especialmente nos portadores de P. falciparum. Por meio desta técnica é possível detectar outros hemoparasitos, tais como Trypanosoma sp. e microfilárias.


  • Esfregaço delgado

Possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa é cerca de 30 vezes mais eficaz na detecção da infecção malárica). Porém, este método permite, com mais facilidade, a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado.


  • Testes rápidos

Testes rápidos para a detecção de componentes antigênicos de plasmódio – testes imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária. São realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Em parasitemia superior a 100 parasitos/μL, pode apresentar sensibilidade de 95% ou mais quando comparados à gota espessa. Grande parte dos testes hoje disponíveis discrimina, especificamente, o P. falciparum das demais espécies. Por sua praticidade e facilidade de realização, são úteis para a confirmação diagnóstica, no entanto seu uso deve ser restrito a situações onde não é possível a realização do exame da gota espessa por microscopista certificado e com monitoramento de desempenho, como áreas longínquas e de difícil acesso aos serviços de saúde e áreas de baixa incidência da doença. Estes testes não avaliam a densidade parasitária nem a presença de outros hemoparasitos e não devem ser usados para controle de cura, devido a possível persistência de partes do parasito, após o tratamento, levando a resultado falso positivo.

A qualidade diagnóstica de um teste de diagnóstico rápido (TDR) depende da experiência do examinador e dos cuidados com o qual ele é preparado e interpretado. A execução e a acurácia dos TDRs podem ser afetadas por vários fatores, tais como problemas na fabricação do teste, condições de armazenamento e transporte, competência e desempenho do manipulador.

Atualmente, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) utiliza para diagnóstico de malária o SD-BIOLINE MALARIA AG Pf/Pf/Pv, que é um teste combinado que trabalha com a HRP-II e pLDH de P. falciparum e pLDH de P. vivax. Oferece sensibilidade para P. falciparum HRP-II de 100%, P. falciparumde 99,7% e P. vivax de 98,2% e especificidade de 99,3%. Orientações acerca desse teste rápido para o diagnóstico de malária podem ser acessadas aqui.

Para a utilização dos testes rápidos, alguns critérios devem ser atendidos:

  • Onde não exista e não seja viável a instalação de serviço de microscopia, especialmente em áreas rurais de difícil acesso, garimpos e áreas indígenas;
  • Onde não exista possibilidade de garantir diagnóstico em menos de 24 horas de outra forma;
  • Em determinadas localidades que ficam inacessíveis em alguns períodos do ano e somente seja possível disponibilizar o diagnóstico por meio de teste rápido;
  • No período em que a microscopia não esteja disponível no serviço, como plantões e finais de semana;
  • na região extra-Amazônica, em todas as unidades de referência para o diagnóstico de malária, para orientar imediatamente o tratamento, ainda que sem o resultado do exame por gota espessa.

Além disso, para o uso dos TDRs da malária, os seguintes requisitos devem ser atendidos:

1) somente usar em caso suspeito de malária que esteja apresentando algum sintoma;

2) não usar para lâmina de verificação de cura (LVC), devido à grande possibilidade de falsos positivos nessas situações;

3) para todo teste realizado deve ser preenchida uma ficha de notificação de caso do Sivep-Malária (na região Amazônica) ou do Sinan (na região extra-Amazônica);

4) os testes devem ser realizados por profissionais devidamente capacitados e devem ser seguidas as orientações do fabricante.


  • Técnicas moleculares

O diagnóstico molecular para malária começou a ser testado em meados dos anos 80 e tem mostrado grande progresso para aprimoramento e simplificação das técnicas de extração do DNA. As técnicas moleculares mais utilizadas para o diagnóstico da malária são o Nested PCR ou PCR convencional e o PCR em tempo real. No entanto, em virtude do custo elevado, da necessidade de infraestrutura e mão de obra especializada seu uso ainda é restrito a laboratórios de referência. Estudos tem demonstrado que técnicas de PCR são mais sensíveis e específicas quando comparadas às técnicas microscópicas e ao teste imunocromatográfico, portanto com capacidade de detecção do parasito em pacientes com baixa parasitemia, mas a interpretação dos resultados positivos ainda é discutida. Existe ainda, um método molecular com possível utilização em campo, chamado de amplificação isotérmica circular fluorescente em tempo real (RealAmp) ainda em fase de validação.

O PNCM, baseado em estudos realizados no Brasil e em vários países do mundo, considera que pacientes com PCR positivo para malária, mesmo assintomáticos, podem infectar mosquitos e /ou se tornar sintomáticos, sendo assim devem ser tratados quando o diagnóstico for realizado unicamente por essa técnica molecular. Para essa situação, o item 3 (técnicas moleculares) disponível no campo 43 (tipo de exame) da ficha de notificação do Sivep-Malária deve ser marcado.  Para mais informações, acesse o Guia de tratamento de malária no Brasil.


Todos os casos suspeitos de malária devem ser diagnosticados e todos os resultados positivos para malária devem ser tratados imediatamente e adequadamente. Para mais informações, consulte o Guia de tratamento da malária no Brasil o folder Testes rápidos para o diagnóstico de malária – Pf/Pf/Pv.

 

Atenção! A sorologia não deve ser realizada no caso de suspeita de malária. Seu resultado é relacionado a exposição prévia e é restrito a estudos científicos. Sua solicitação no contexto clínico leva a retardo diagnóstico e maior risco de complicações.

 

 

Diagnóstico diferencial da malária

O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda, febres hemorrágicas e outros processos febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral, endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia.

Para mais informações, consulte o Manual de diagnóstico laboratorial da malária e o folder Testes rápidos para diagnósticos de malária

Como é feito o tratamento da malária?

Após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade e o peso do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.

IMPORTANTE: Quando realizado de maneira correta e em tempo oportuno, o tratamento garante a cura da doença.

Objetivos do tratamento contra a malária:

O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios mais efetivos para interromper a cadeia de transmissão e reduzir a gravidade e a letalidade por malária. O tratamento da malária visa atingir ao parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo, que podem ser didaticamente resumidos em:

a) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção;
b) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax P. ovale, evitando assim as recaídas tardias;
c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos parasitos (gametócitos).

Orientações para o tratamento

É da maior importância que todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento da malária, desde o agente comunitário de saúde até o médico, orientem os pacientes, adequadamente e com uma linguagem compreensível, quanto ao tipo de medicamento que está sendo oferecido, a forma de ingeri-lo e os respectivos horários e a importância de se completar o tratamento. Em diversos lugares, os responsáveis por distribuir e orientar o uso dos medicamentos utilizam envelopes de cores diferentes para cada medicamento.

Muitas vezes, os pacientes são pessoas que não dispõem nem mesmo de relógio para verificar as horas. O uso de expressões mais simples, como manhã, tarde e noite, para a indicação do momento da ingestão do remédio é recomendável. A expressão de 8 em 8 horas ou de 12 em 12 horas muitas vezes não ajuda o paciente a saber quando deve ingerir os medicamentos. Sempre que possível, deve-se orientar os acompanhantes ou responsáveis, além dos próprios pacientes, pois estes geralmente encontram-se desatentos, devido à febre, dor e mal-estar causados pela doença.

Os medicamentos devem ser ingeridos, preferencialmente após uma refeição, evitando assim vômitos. Em caso de vômitos até 60 minutos da tomada, repetir toda a medicação da dose e, se ocorrer após 60 minutos, não é necessário repetir a medicação.

No caso da combinação, artemeter + lumefantrina devem ser, preferencialmente, ingeridos com alimentos gordurosos. Caso surjam urina escura, icterícia (pele e olhos amarelos), tontura ou falta de ar, orientar o paciente a buscar urgentemente auxílio médico. Caso surja icterícia durante o tratamento, a primaquina deve ser suspensa imediatamente, antes de procurar o médico, pois é sintoma de hemólise e pode ser fatal.

Sempre que possível, deve-se optar pela supervisão das doses dos medicamentos para garantir uma melhor adesão ao tratamento.

O paciente deve completar o tratamento conforme a recomendação, mesmo que os sintomas desapareçam, pois a interrupção do tratamento pode levar a recidiva da doença ou agravamento do quadro, além de manter o ciclo de transmissão da doença, permitindo que outras pessoas também adoeçam por malária.

Esquemas de tratamento

Para otimizar o trabalho dos profissionais de saúde e garantir a padronização dos procedimentos necessários para o tratamento da malária, o Guia de Tratamento da Malária no Brasil apresenta tabelas e quadros com todas as orientações relevantes sobre a indicação e uso dos antimaláricos preconizados no Brasil de acordo com a espécie parasitária, o grupo etário e o peso dos pacientes.

Embora as dosagens constantes nas tabelas levem em consideração o grupo etário do paciente, é recomendável que, sempre que possível e para garantir boa eficácia e baixa toxicidade no tratamento da malária, as doses dos medicamentos sejam fundamentalmente ajustadas ao peso do paciente. Quando uma balança para verificação do peso não estiver disponível, recomenda-se a utilização da relação peso/idade apresentada nas tabelas.

Malária por P. vivax ou por P. ovale

Utiliza-se a cloroquina por 3 dias para o tratamento das formas sanguíneas em associação com a primaquina por 7 dias para o tratamento das formas hepáticas latentes. No caso de pacientes com mais de 120 kg, a dose da primaquina deve ser ajustada ao peso. Gestantes, puérperas com até um mês de aleitamento e crianças menores de 6 meses não podem usar a primaquina. Gestantes devem usar o tratamento convencional com cloroquina por três dias e cloroquina profilática (5 mg/kg/dose/semana) até o fim do primeiro mês de lactação, para prevenção de recaídas. O tratamento com ACT e primaquina por 14 dias está indicado para casos de recorrências de Plasmodium vivax.

Malária por P. malariae

O tratamento de P. malariae assemelha-se ao tratamento para malária vivax (apenas Cloroquina por três dias), porém sem a necessidade de uso da primaquina.

Malária por P. falciparum

Utiliza-se o tratamento com combinações fixas de derivados de artemisinina (ACT), artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, por 3 dias para o tratamento clínico e a primaquina em dose única para eliminação dos gametócitos. Gestantes, puérperas com até um mês de lactação e crianças menos de 6 meses não podem usar primaquina e são tratadas apenas com ACT.

Malária mista (P. falciparum e P. vivax ou P. ovale)

Para pacientes com infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale), o tratamento deve incluir artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o tratamento radical de P. vivax), nas doses especificadas nas tabelas do Guia de tratamento da malária no Brasil, 2020.

No caso de pacientes com mais de 120 kg a dose da primaquina deve ser ajustada ao peso. O tratamento com primaquina em 14 dias está indicado quando ocorre uma recaída após o tratamento em 7 dias com a dose adequada de primaquina. Gestantes não devem receber a primaquina; o tratamento deve ser feito com artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina conforme o Guia de tratamento da malária no Brasil, 2020. Crianças menores de 6 meses não devem receber a primaquina, portanto serão tratadas apenas com ACT.

Caso o paciente apresente alguma parasitemia na gota espessa, seja de formas sexuadas ou assexuadas, e já tenha sido tratado para malária por P. falciparum há mais de 42 dias, tratar como se fosse caso novo, ainda que o paciente não apresente sintomas.

Malária grave e complicada por P. falciparum ou P. vivax

Embora a maioria dos casos de malária grave seja causada por infecções por P. falciparum, os casos provocados por P. vivax também podem acarretar doença grave e morte, seja por ruptura espontânea ou traumática do baço, complicações respiratórias ou anemia grave, especialmente em pacientes com doenças concomitantes, pacientes debilitados e desnutridos. Também não é raro que formas complicadas de malária vivax (com icterícia ou sangramento) estejam associadas a coinfecções, tais como a dengue.

A orientação da OMS é tratar adultos e crianças com malária grave (incluindo crianças menores/lactentes e gestantes em todos os trimestres de gestação e em período de amamentação) com artesunato intravenoso (IV) ou intramuscular (IM), um antimalárico potente e de ação rápida, por no mínimo 24 horas e até que possam tomar medicação oral (completar então o tratamento preconizado por espécie parasitária – respeitando as restrições de uso da primaquina) (Figura 3). Crianças com peso inferior a 20 kg devem receber maior dose parenteral de artesunato (3,0 mg/kg/dose) do que crianças com mais de 20 kg e adultos (2,4 mg/kg/dose) para garantir uma exposição equivalente ao medicamento.

 >> Para mais informações, consulte o Guia de tratamento da malária no Brasil

 

 

Controle de cura

Recomenda-se o controle de cura, por meio da lâmina de verificação de cura (LVC), para todos os casos de malária, especialmente os casos de malária por P. falciparum. O controle de cura tem como objetivo a observação da redução progressiva da parasitemia e da eficácia do tratamento e a identificação oportuna de recaídas. Recomenda-se a realização de LVC da seguinte forma:

  1. P. falciparumem 3, 7, 14, 21, 28 e 42 dias após o início do tratamento.
  2. P. vivaxou mista –em 3, 7, 14, 21, 28, 42 e 63 dias após o início do tratamento.

 

IMPORTANTE: O dia em que o diagnóstico é realizado e que se inicia o tratamento é considerado como dia zero (D0). Por exemplo, se o tratamento se iniciou no dia 2 de agosto, este dia é considerado D0, 3 dias após o início do tratamento será o dia 5 de agosto (D3).

Mais informações sobre o tratamento da malária estão disponíveis no Guia de Tratamento da Malária no Brasil e no Manual prático: tratamento da malária grave.

Doação de sangue e a malária

As orientações vigentes estão disponíveis na Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 no ANEXO IV, Título II, Seção II “Da Doação de Sangue”.

Em áreas endêmicas de malária, considera-se inapta a doar sangue a:

1) pessoa que tenha tido malária nos 12 meses que antecedem a doação;
2) pessoa com febre ou suspeita de malária nos últimos 30 dias;
3) pessoa que tenha se deslocado ou procedente de área de alto risco (IPA ≥50,0 casos/1.000 habitantes) há menos de 30 dias.

Se a pessoa teve malária por Plasmodium malariae, ela não poderá mais doar sangue. Já para as outras espécies, depende do tempo entre a doença e a doação de sangue. Os hemocentros sabem orientar o doador.

 

Como a malária é transmitida?

A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade.

Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir a malária.

O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio. A malária não pode ser transmitida pela água.

IMPORTANTE: A malária não é uma doença contagiosa. Ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa. É necessário o vetor para realizar a transmissão.

Como prevenir a malária?

Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:

  • uso de mosquiteiros;
  • roupas que protejam pernas e braços;
  • telas em portas e janelas;
  • uso de repelentes.

Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são:

  • borrifação intradomiciliar;
  • uso de mosquiteiros;
  • drenagem;
  • pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
  • aterro;
  • limpeza das margens dos criadouros;
  • modificação do fluxo da água;
  • controle da vegetação aquática;
  • melhoramento da moradia e das condições de trabalho;
  • uso racional da terra.
IMPORTANTE:Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.

Situação epidemiológica da malária

A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 228 milhões de novos casos da doença foram notificados no mundo apenas em 2018, além da ocorrência de mais de 405 mil óbitos por malária.

A região Amazônica brasileira é considerada a área endêmica do país para malária com 99% dos casos autóctones, compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região Amazônica mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica, outros países amazônicos, como os do continente africano, mas existe transmissão residual de malária em estados da região extra-Amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES).

Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de aproximadamente 50,4% nos casos em relação ao ano de 2016, com 194.426 casos notificados. Dados preliminares de 2019 demonstram que foram registrados 157.453 casos no país, com redução de 19% em relação ao ano de 2018. O número de óbitos por malária no Brasil tende a uma constante redução desde 2005, com exceção dos anos de 2009 e 2018 que apresentaram aumento. Apesar disso, o manejo de casos graves de malária tem sido aprimorado e, em 2019, já foi possível verificar nova redução nessa quantidade, com registro de 36 óbitos, segundo dados preliminares. A letalidade por malária na região Amazônica é baixa (1,6/100.000) enquanto no restante do país a letalidade chega a ser 128 vezes maior. O óbito nestas áreas ocorre, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região Amazônica e não recebem o diagnóstico e tratamento oportunos e adequados devido à dificuldade na suspeição de uma doença relativamente rara nestas áreas e desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos.

Mesmo na área endêmica, o risco de contrair a doença não é uniforme. Este risco é medido pela incidência parasitária anual (IPA), que serve para classificar as áreas de transmissão em alto (≥ 50), médio (<50 e ≥10) e baixo risco (<10), de acordo com o número de casos por mil habitantes.

Malária está fortemente associada à pobreza. A estimativa de mortalidade é maior em países com menor PIB per capita. Países com uma maior proporção de sua população vivendo na pobreza possuem as maiores taxas de mortalidade por malária. No Brasil, em 2019, 80% dos casos ocorreram em áreas rurais ou indígenas e outros 11% dos casos ocorreram em áreas de garimpo ou assentamentos, que são áreas prioritárias para malária por serem altamente receptivas. Do total de municípios prioritários devido ao baixo IDH e baixa renda per capita, entre outros indicadores de pobreza, nos seis estados com maior transmissão, 15% (46), são também prioritários para malária, ou seja, possuem IPA ≥ 10.

A sazonalidade da malária é diferente em cada estado da região Amazônica e está relacionada com precipitação, temperatura e nível da água que são fatores que afetam a proliferação de mosquitos nos criadouros. De forma geral, há um pico sazonal de casos de malária no período de transição entre as estações úmida e seca. A malária é uma doença com alto potencial epidêmico, sofrendo variações bruscas de acordo com variações climáticas e sócio-ambientais, mas principalmente, variações na qualidade e quantidade de intervenções de controle.

Mapa de risco

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2016

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2017

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2018

Dados, boletins e mapas interativos

Malária nas fronteiras e importada de outros países

Dados para o cidadão

Outros indicadores

Óbitos por malária

Internações por malária

Lista de municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária


Monitoramento de indicadores

Sala de Apoio à Gestão Estratégica – Dados – Malária

Fichas de qualificação de indicadores

Informes sobre a situação epidemiológica da malária no Brasil estão disponíveis em Publicações na área Boletins eletrônicos.

PNCM e histórico

Em 2003, a Fundação Nacional de Saúde implantou o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM), sendo que em junho desse mesmo ano foi transferido para a competência da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O Programa tem como principais objetivos reduzir a morbimortalidade da doença e a gravidade dos casos, estimulando a interrupção da transmissão, a fim de eliminar a malária e mantê-la eliminada em localidades que alcançaram esse objetivo.

O PNCM é alicerçado nos componentes abaixo, que correspondem às estratégias de intervenção a serem implantadas ou fortalecidas de forma integrada, de acordo com as características da malária em cada área. Os dois últimos componentes se referem a importantes elementos para sustentação do controle da doença:

  • apoio à estruturação dos serviços locais de saúde;
  • diagnóstico e tratamento;
  • fortalecimento da vigilância da malária;
  • capacitação de recursos humanos;
  • educação em saúde, comunicação e mobilização social;
  • controle seletivo de vetores;
  • pesquisa;
  • monitoramento do PNCM;
  • sustentabilidade política.

Apesar das últimas reorganizações do PNCM na estrutura do Ministério da Saúde, atualmente inserido como Grupo Técnico da Malária na Coordenação Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial – CGZV/DEIDT/SVS/MS, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária continua instituído, conforme vigente no Capítulo XI da  Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de novembro de 2017.

Monitoramento de indicadores do PNCM

Alguns indicadores são usados na rotina do PNCM para acompanhar a execução das ações e outros indicadores para acompanhamento dos resultados ou impacto na redução do número de casos, internações e óbitos por malária.

Indicadores de processo

Percentual dos casos de malária por Plasmodium falciparum

Proporção de casos de malária que iniciaram tratamento em tempo oportuno

Proporção de casos de malária registrados no Sivep-malária em tempo oportuno

Indicadores de resultado

Número de casos autóctones de malária

Número de casos autóctones de malária falciparum

Incidência Parasitária Anual (IPA) de malária

Incidência de Falciparum Anual (IFA)

Número de óbitos por malária

Para ter acesso aos dados de alguns indicadores do Programa acesse a seção Situação Epidemiológica da Malária

 

Licenciamento ambiental

Considerando a necessidade de fortalecer a governança do setor saúde nas condicionantes que potencializam a transmissão da malária de projetos de assentamento de reforma agrária e outros empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental em áreas de risco ou endêmica para malária, houve a necessidade de estabelecer diretrizes, procedimentos, fluxos e competência para obtenção do Laudo de Avaliação do Potencial Malarígeno (LAPM), referente a fase de Licença Prévia, e do Atestado de Condição Sanitária (ATCS), referente a fase de Licença de Instalação. Estas informações são descritas na     Portaria nº 1, de 13 de janeiro de 2014 e Portaria Interministerial nº 60 de 24 de março de 2015, ANEXO II-A

Todos os empreendimentos em áreas de risco (conforme descritos na Lista de municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária) ou endêmica para malária devem protocolar no órgão de saúde competente do processo de licenciamento ambiental a Avaliação do Potencial Malarígeno para a emissão do LAPM. No documento devem constar informações sobre identificação das características da atividade ou do empreendimento que podem potencializar a transmissão de malária.

 Durante a fase da Licença de Instalação, o empreendedor deverá apresentar o Plano de Ação para o Controle de Malária (PACM). O PACM deve ser planejado e elaborado a partir das informações contidas na APM e deve levar em consideração o aumento populacional e a população residente nas áreas de influência direta e indireta da atividade ou empreendimento. Tem como principal objetivo mitigar o impacto na transmissão de malária para que se previna o aumento da transmissão de malária. Somente após a aprovação do PACM é que órgão de saúde competente emite o ATCS. A manutenção do ATCS é condicionada ao envio pelo empreendedor de relatórios de execução do PACM, e realização de vistoria pela SVS ou outro órgão competente, com modelo de relatório específico.
A elaboração da Avaliação do Potencial Malarígeno (APM) e do Plano de Ação para o Controle de Malária (PACM) deverá ser realizada pelo empreendedor e orientada pelo órgão de saúde competente no processo de licenciamento ambiental.

 

Publicações sobre a malária

Publicações

Guia do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária

Plano de eliminação da Malária no Brasil

Guia de Supervisão Local dos Postos de Diagnóstico e Tratamento de Malária

Ficha de Supervisão dos Postos de Diagnóstico e Tratamento de Malária

Diagnóstico

Guia para Gestão Local do Controle da Malária – Diagnóstico e Tratamento

Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária – 2ª edição

Sistema de Controle de Qualidade do Diagnóstico Laboratorial da Malária para a Região Amazônica

Folder testes rápidos para o diagnóstico de malária – AG Pf/Pf/Pv

Folder testes rápidos para o diagnóstico de malária – AG Pf/PAN

Atenção Básica e Agentes de Controle de Endemias

Ações de Controle da Malária – Manual para Profissionais de Saúde na Atenção Básica

Ações de Controle de Endemias Malária – Manual para Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Controle de Endemias

Tratamento

Guia de Tratamento da Malária no Brasil

Esquemas recomendados para o tratamento da malária não complicada no Brasil

Manual prático: tratamento de malária grave

Vigilância Entomológica e Controle Vetorial

Guia para o Planejamento das Ações de Captura de Anofelinos pela Técnica de Atração por Humano Protegido (TAHP) e Acompanhamento dos Riscos à Saúde do Profissional Capturador

Guia para Gestão Local do Controle da Malária – Controle Vetorial

Manual para borrifação de inseticida de efeito residual para controle de vetores

Vigilância Epidemiológica

Guia para profissionais de saúde sobre prevenção da malária em viajantes

Guia de Vigilância em Saúde

Folder – Orientações para o preenchimento do Sivep-Malária

Educação em Saúde e Mobilização Social

Campanhas publicitárias nacionais de malária 

Gibi – REDE DO BEM CONTRA A MALÁRIA em: Como Saber Se É Malária?

Gibi – REDE DO BEM CONTRA A MALÁRIA em: O Tratamento Não Pode Parar

Jornal Rede do Bem – 1ª edição

Folder: conheça a malária

Boletins Eletrônicos

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2006

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2007

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2008

Situação epidemiológica da malária no Brasil, 2000 a 2011

Boletim Epidemiológico – Volume 46 – nº 43 – 2015
Situação epidemiológica da malária no Brasil, 2012 e 2013

Boletim Epidemiológico – Volume 46 – nº 25 – 2015
Malária: Monitoramento dos casos no Brasil em 2014

Boletim Epidemiológico – Volume 50 – nº 12 – 2019 –
Descrição do Processo de Monitoramento dos Testes
de Diagnóstico Rápido de Malária, Brasil, 2014 a 2016

Boletim Epidemiológico – Volume 50 – nº 35 – 2019
Vigilância Epidemiológica da Malária no Brasil, 2017 a 2019

Boletim Epidemiológico – Volume 50 – nº 40 – 2019
Fortalecimento das ações de prevenção, controle e eliminação da malária
e ações de vigilância da leishmaniose visceral e doença de Chaga

Boletim Epidemiológico – Volume 51 – nº 17 – 2020: Dia Mundial da Malária

Aplicativo “Malariatrat”

Ferramenta desenvolvida pela Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), em parceria com a Fundação de Vigilância de Saúde (FVS), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam), para facilitar o trabalho dos profissionais de saúde das áreas endêmicas e garantir a padronização dos procedimentos para o tratamento da Malária

Viajantes e a malária

Os riscos de adoecimento durante uma viagem são variáveis e dependem das características do indivíduo, da viagem e do local de destino e as orientações a serem feitas se baseiam nestas informações. Recomenda-se que os viajantes recebam uma avaliação e orientação criteriosa realizada por profissionais especializados em saúde do viajante antes da viagem. Uma lista das unidades de atendimento ao viajante é divulgada pelo Ministério da Saúde.

Ao ser identificado potencial risco de adquirir malária devem ser orientadas as medidas de prevenção contra picada de mosquitos:

  • Usar roupas claras e longas, como camisas de manga comprida e calças, cobrindo áreas do corpo em que o mosquito possa picar;
  • Usar repelentes nas áreas de pele expostas, seguindo as orientações do fabricante do produto quanto à faixa etária e frequência de aplicação;
  • Evitar locais próximos a criadouros naturais dos mosquitos vetores (beira de rios e lagos, áreas alagadas ou coleções hídricas, região de mata nativa), principalmente nos horários da manhã e ao entardecer, por ser neste horário a maior atividade dos mosquitos vetores da malária;
  • É recomendado o uso de ar condicionado ou ventiladores em ambientes fechados.

Outra informação importante é a orientação para busca ao diagnóstico e tratamento imediatamente após o início dos sintomas, uma vez que o atraso no tratamento está associado ao um maior risco de gravidade e óbito, principalmente em viajantes que, em geral, são não imunes.

A quimioprofilaxia (QPX), uso antimaláricos em pequenas doses durante o período de exposição, deve ser reservada para situações específicas, nas quais o risco de adoecer de malária grave por P. falciparum for superior ao risco de eventos adversos graves, relacionados ao uso das drogas quimioprofiláticas.

No Brasil, onde a malária tem baixa incidência e há predomínio de P. vivax em toda a área endêmica, deve-se lembrar de que a eficácia da profilaxia para essa espécie de Plasmodium é baixa. Assim, pela ampla distribuição da rede de diagnóstico e tratamento para malária, não se indica a QPX para viajantes em território nacional. Entretanto, a QPX poderá ser, excepcionalmente, recomendada para viajantes que visitarão regiões de alto risco de transmissão de P. falciparum na região Amazônica, que permanecerão na região por tempo maior que o período de incubação da doença (e com duração inferior a 6 meses) e em locais cujo acesso ao diagnóstico e tratamento de malária estejam distantes mais de 24 horas.

Por fim, é importante frisar que o viajante que se desloca para áreas de transmissão de malária deve procurar orientação de prevenção antes da viagem e acessar o serviço de saúde, caso apresente sintomas de doença dentro de 6 meses após retornar de uma área de risco de transmissão, mesmo que tenha realizado quimioprofilaxia.

Para obter outros detalhes sobre malária em viajantes, acesse o Guia para profissionais de saúde sobre prevenção da malária em viajantes e a página sobre saúde do viajante.

Eventos de massa

Para os eventos de massa, que são caracterizados por um elevado fluxo de pessoas em determinado local, por exemplo, Copa do Mundo, é importante estar consciente e alerta em relação ao risco de exposição à malária. Os profissionais de saúde devem esclarecer aos viajantes sobre as principais manifestações da doença, medidas de proteção contra picadas de mosquitos, e orientar a procura imediata pela assistência ao apresentar qualquer sinal ou sintoma.

Diante da complexidade que envolve as preparações para um evento de massa, é essencial que as esferas do governo atuem em conjunto para garantir:

  • Insumos adequados para diagnóstico e tratamento;
  • Funcionamento apropriado dos centros de referência para diagnóstico e tratamento de malária;
  • Comunicação clara e objetiva aos profissionais de saúde sobre a suspeição de malária e a localização dos centros de referência;
  • Tratamento imediato dos casos de malária diagnosticados e medidas de bloqueio (busca ativa) em áreas receptivas, para evitar a ocorrência de surtos ou reintrodução de malária em áreas não endêmicas.