Saúde faz alerta sobre riscos da dengue tipo 3

O CIEVS Fronteira informou que foi o primeiro óbito decorrente por infecção pelo sorotipo 3 do vírus da dengue

A Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Porã está orientando a população sobre os riscos de contrair a dengue tipo 3, uma das variantes do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Se trata de uma doença que pode ter impactos severos e já causou uma morte neste ano no município.
Diante de um quadro preocupante e que o combate depende muito da conscientização da população sobre o combate ao mosquito transmissor, a Prefeitura de Ponta Porã, através da Secretaria Municipal de Saúde, vem desenvolvendo trabalho conjunto com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS Fronteira) e o setor de Vigilância em Saúde.
De acordo com as informações que estão sendo levadas para a população, o sorotipo DENV-3 da dengue é uma ameaça à saúde pública, de acordo com a OPAS. O DENV-3 é um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue e tem sido associado a formas graves da doença.
O vírus da dengue conta, ao todo, com quatro sorotipos distintos, sendo que a imunidade contra um sorotipo oferece proteção vitalícia apenas contra esse sorotipo específico. “O que significa que infecções subsequentes com outros sorotipos podem aumentar o risco de formas graves da doença”.
O aparecimento ou o aumento da circulação de um sorotipo que antes não era predominante em uma região pode levar a um aumento de casos de dengue, devido a maior suscetibilidade da população. No Brasil, o sorotipo 3 não circula de forma predominante desde 2008.
O sorotipo 3 vem sendo associado a formas graves da doença, mesmo em infecções primárias (quando o paciente não possui histórico de infecções por outros sorotipos da dengue). “O cenário levanta preocupações sobre o potencial impacto do sorotipo 3 na saúde pública”.
O ressurgimento do sorotipo 3 após um período de ausência prolongada em determinadas áreas das Américas aumenta a vulnerabilidade de populações que não foram previamente expostas a ele. Nas primeiras semanas de 2025, segundo os dados, 23 países e territórios das américas contabilizaram 238.659 casos de dengue, a maioria concentrada no Brasil (87%).
RISCOS
– O DENV-3 pode causar formas graves da doença, mesmo em infecções primárias.
– O ressurgimento do DENV-3 aumenta a vulnerabilidade de populações que não foram previamente expostas a ele.
– O DENV-3 pode estar relacionado com a doença mais severa.
SINTOMAS
A dengue é uma doença febril aguda que pode causar uma variada gama de quadros clínicos. Existem casos assintomáticos, mas também existem casos graves com risco de óbito.
Alguns sintomas são: febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas, dores musculares e articulares e cefalia.
EM CASOS GRAVES, PODE HAVER:
Sangramento, hipotensão, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, aumento doloroso do fígado, sonolência, diminuição do volume urinário, diminuição repentina da temperatura corporal, alterações nos exames laboratoriais.
É fundamental ficar atento aos sinais de alarme da doença grave, pois se estiverem presentes, o a pessoa infectada deve procurar atendimento médico urgente.
PREVENÇÃO
Eliminar criadouros como recipientes com água parada, instalar telas em portas e janelas, promover a conscientização comunitária sobre as medidas preventivas e fazer uso de repelente.
TRANSMISSÃO
O DENV-3, assim como os outros sorotipos da dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti infectados com o vírus.
DIAGNÓSTICO
Como os sintomas da dengue são pouco específicos e podem estar presentes em outras doenças febris agudas, é difícil diagnostica-la somente pelo quadro clínico.
Para a confirmação do diagnóstico, os sintomas do paciente devem ser associados ao cenário epidemiológico do momento e aos exames de sangue.
O exame mais comumente utilizado é o antígeno NS1. Ele deve ser solicitado na fase inicial da doença, idealmente até o 3º dia de sintomas, mas pode ser realizado até o 5º dia.
Outro exame possível para a fase inicial é o PCR para dengue. Ele é mais indicado até o 3º ou 4º dia de doença, pode ser solicitado até o 7º dia.
Há também a sorologia para dengue. Os anticorpos IgM costumam positivar a partir do 7º dia de doença e os anticorpos IgG positivam a partir do 10º dia.